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Mostrando postagens de outubro, 2014

As causas são egoísmos coletivos: para pensar os fascismos de grupo

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A loucura é muito rara em indivíduos — nos grupos, nos partidos, nos povos, na época — essa a regra. Nietzsche O único e sua propriedade de Max Stirner , é interessante para refletir sobre esses egoísmos das causas coletivas e universalistas, colocar em questão essas posturas políticas que se pretendem benfazejas e desinteressadas, o valor dessa representatividade das maiorias, etc, interessante até mesmo para pensar como o fascismo predomina por meio de grupos identitários. Me faz lembrar também a questão da "servidão voluntária"  em La Boétie  ou em Espinoza e o "espírito de rebanho"  de Nietzsche , de quem Max Stirner (um "hegeliano de esquerda") foi precursor, segue o trecho explosivo que abre sua obra: - A  minha causa é a causa de nada Há tanta coisa a querer ser a minha causa! A começar pela boa causa, depois a  causa de Deus, a causa da humanidade, da verdade, da liberdade, do humanitarismo, da justiça; para além disso,

Sobre falsos profetas e vampiros de almas: um fluxo de consciência e suas polaridades

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Por André Vinícius, experimento literário escrito em 26/05/2014 O fluxo de consciência produz o mundo? O que somos no meio desse fluxo? Toda cerimônia acaba com o tempo convertendo-se em um grande mercado, e ali, jovens outrora obstinados, convertem-se sob bajulação em falsos profetas: - És uma lenda viva! Olha só quem veio... – me dizem alguns jovens, e um velho conhecido da praça com uma curiosa tiara de sacerdote me diz: - Um brinde aos falsos profetas... somos nós os falsos profetas! – e então partilha comigo de um sacramento que trazia guardado dentro de uma edição de bolso do Zaratustra. Já vivi muito tempo no limbo e é natural que hoje queira ser senhor absoluto de meus próprios movimentos. Mas há aqueles que continuaram a se esgueirar nas sombras, que não desenvolveram personalidade própria e condenaram-se a ser vampiros de almas: querem controlar o corpo do outro para que seja seu cúmplice e seu confidente e quanta miséria despejam! Fazem de tudo o que os ce

Sobre se posicionar: para descarregar minha má-consciência suscitada pelos outros contra esses outros

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É comum se exigir de um estudante de filosofia que “se posicione”, mas aquele que o pede tem uma intenção clara, que é um apelo a seu próprio “bom senso” como se fosse “o melhor para todos”, mas não engana, são seus próprios interesses que falam e esse posicionamento esperado almeja que o tal “filósofo” se dirija as massas usando de sua suposta “inteligência superior” para com certa retórica angariar seguidores, arrebanhar decisões, não para dizer o que pensa, mas dizer o que querem ouvir, reproduzir opiniões, aquele que lhe exige um posicionamento quer antes de tudo destilar uma má-consciência para poder cobrar um engajamento. Eis meu posicionamento: o desprezo! Esses joguetes políticos, essa hipostasia de marionetes, essa vulgata das identificações, essa reatividade do “menos ruim”, essa redução da política ao voto... espetáculo grosseiro. Sou daqueles que se recusam a ser útil e prefere causar vergonha e embaraço aos que se engodam com essas paixões pelo poder! Paixões tr